As Brumas de Avalon - A Grande Rainha

As Brumas de Avalon -
A Grande Rainha
Marion Zimmer Bradley
Editora Imago
Páginas: 229

A guerra com os saxões pode ocorrer a qualquer momento e o rei Artur precisa encontrar aliados. Lancelote, primo e o braço direito do rei, sabe treinar cavalos para a guerra e quando o rei Leodegranz, oferece a mão de sua filha, Gwenhwyfar, ao rei Artur com o dote de cem dos seus melhores homens e cavalos, Artur vê uma oportunidade de reforçar seu exército.

Mas Gwenhwyfar já aparecera no primeiro livro, A Senhora da Magia, ela tinha se perdido nas brumas de avalon e não consiguia voltar ao convento, então Morgana e Lancelote a ajudaram voltar. Neste momento Lancelote e Gwenhwyfar se apaixonam, sem ao menos saber muito um sobre o outro.

Mas ela casa-se com o rei Artur, que tem como seu mais fiel escudeiro Lancelote, com quem ela tem que conviver todos os dias, com esta angustia de um amor que não pode acontecer, tendo que se controlar a todo momento que Lancelote chega perto dela e é o mesmo martírio para Lancelote que também a ama, mas ele também ama seu rei e fica dividido. Ela por ser muito religiosa, não tem coragem de entregar seu amor, se culpa a todo momento e pede a Deus que lhe dê um filho, para que assim possa agradar seu marido e esquecer um pouco deste amor.

Morgana teve um filho na casa de sua tia Morgause, mas ela não quer esta criança, pois foi concebida nas fogueiras rituais, aonde ela deixou que a Deusa a usasse e se entregasse a um Gamo, ao Galhudo, que era um Deus, mas representado por um homem, assim como ela representava a Deusa. Mas Morgana se arrependeu amargamente deste dia, e não conseguiu perdoar Viviane, a Grande Sacerdotisa por isso.

Então Morgause sua tia, acaba criando esta criança como sendo dela, mas somente ela e Viviane sabem do segredo da criança.

No livro não há datas, mas pesquisando sobre a lenda do rei Artur, sabemos que foi entre o séc V e vemos quanta superstição havia naquela época, tudo o que se fazia podia ter uma consequência, como não tinham respostas científicas para as coisas, então eles tinham que encontrar algo em que acreditarem, por exemplo, quando uma mulher era estéril ou uma mulher que não conseguia manter a gravidez até os últimos meses e sempre perdia a criança, eles diziam que a mulher tinha pego a doença do gado, onde a vaca também perdia sua cria com dois ou três meses de gravidez, então se a mulher também estava assim era porque tinha ido ao curral ou tomado leite de uma vaca com essa doença.

E podemos ver também o quanto a igreja católica impunha seu poder, os padres sempre eram conselheiros do rei e Artur, como tinha feito o juramento à Deusa, de respeitar a velha religião de Avalon, além do padre  tinha Merlim, um seguidor da velha religião. Mas havia um conflito quanto a isso, pois o padre não queria um reino dividido entre dois deuses.

O livro conta mais sobre a rainha, como pode-se perceber pelo título, e ela é uma personagem chatinha, que sempre fica em cima do muro, medrosa, não consegue fugir de seu amor por Lancelote, mas também não se entrega a ele e não deixa que ele vá embora, que se case com outra mulher. Gwenhwyfar é uma mulher muito religiosa, foi educada em um convento e fica a todo momento se culpando por este amor, se sentindo uma pecadora por desejar outro homem e isso é irritante, mas é o que dá uma apimentada no livro, só não torço pela personagem, acho que ela deveria amar ao rei que é tão cuidadoso com ela, que faz sempre suas vontades. Essa parte também me irritou bastante, achei que ele por ser um rei deveria ser mais pulso firme com ela, mas não, ela acabava aceitando tudo o que ela pedia, mesmo sabendo que não deveria.

É uma história maravilhosa e que não vejo a hora de chegar em seu desfecho, em que o segredo chegará a tona e saber se as minhas suspeitas são verdadeiras.